Ouvir Pierre Sabaté no LUNCH-IN CONSISTE foi como viajar à França.
Pierre, como ele gosta de ser chamado, falou com riqueza de detalhes sobre sua cidade natal e sobre outras cidades onde viveu e estudou na França, desde o Liceu Pomel até a Universidade de Paris.
Estudante abnegado, apaixonou-se por geologia graças a um dos mestres e, muito cedo iniciou as suas experiências pelo mundo como pesquisador.
No Saara, com baixa umidade, trabalhou em locais inóspitos, terrenos primitivos... correu perigo! mas a vida lhe deu em seguida um grande presente. Vir ao Brasil, à nossa Bahia, onde tanto estudou, colaborou e conheceu a sua Clélia! esta sim foi uma grata surpresa!
Pierre, estudou português no avião e... já sabia tudo! (risos!) ao chegar aqui, com as dificuldades naturais de comunicação, percebeu o real significado da hospitalidade baiana, pois em cada canto da cidade encontrava alguém disposto a ensiná-lo.
Teve as malas extraviadas, e este fato o levou a ser apresentado à Universidade Federal, no Instituto de Geociências, com trajes "bastante informais" considerando sua titulação. Contou isso com grande humor: "Eu estava parecendo um hippie!"
Aqui na Bahia, embrenhou-se no interior para fazer pesquisa de campo e andou à cavalo, à pé, entre riachos e caatinga, fazendo o mapeamento do campo do São Francisco por exemplo.
Fez o primeiro mapa geológico de qualidade, com estudos da evolução geodinâmica e controle tectônico e por 18 anos, fez projetos no Brasil com recursos do Banco Mundial.
Seus resultados, foram reconheciods por toda comunidade acadêmica nacional e Francesa. Recebeu prêmios diversos, mas nos confessou que dentre estes o que mais se sente honrado, é o da Academia Brasileira de Ciências.
Após anos de serviços prestados e considerável produção acadêmica, aposentou-se e meses depois foi chamado para ocupar o cargo de Cônsul da França na Bahia, onde está até hoje.
Pierre já tem uma "baianidade" adquirida. Com seu sotaque, usa termos comuns da nossa linguagem, e surpreeende!
Não sei se a França perdeu um filho, mas a Bahia ganhou um Pierre que faz toda a diferença!