LUNCH-in CONSISTE

Foto PalestranteLUNCH-in com Roberto Santos
ACADEMIA DE CIÊNCIAS DA BAHIA
Tema: Pensando o futuro da Bahia com Roberto Santos

Resumo do evento

Abrindo oficialmente o LUNCH-in profº Edivaldo Boaventura apresentou Dr. Roberto Santos como um Realizador. Possuidor de uma formação científica extraordinária, reformou a universidade e o ensino médio, foi um grande Governador e só para ficar na cidade de Salvador, graças a ele temos o Centro de Convenções e os parques de Pituaçu e de Exposição. Hoje ele está vivamente interessado na Academia de Ciência da Bahia.

Dizendo que se assustou um pouco com o tema "história de vida", pois não é muito afeito a falar de sim mesmo, mas concorda que há alguns assuntos devem ser expostos por quem viveu determinadas situações, Profº. Roberto Santos começou sua fala.

Agradeceu a presença de todos, à CONSISTE pelo evento e a Edvaldo Boaventura pela apresentação.

Nasceu em 15/09/1926, completará 86 anos dentro de poucos dias. Relata que seus pais e 3 de seus avós nasceram em Salvador o que significa raízes profundamente plantadas na cidade.

Não fez o curso primário em escola regular, mas foi graças a esse período de sua educação que chegou aonde chegou, motivado principalmente pela professora Hilda Cardoso de Albuquerque, diz Roberto Santos.

Hilda conduziu seus primeiros estudos, etapa de sua formação que terminou um ano antes de prestar exame admissão, quando foi estudar no Colégio Antônio Vieira para se acostumar ao ambiente escolar. Teve excelentes professores no Vieira, onde destaca o ensino de biologia, matemática e português.

Conta que teve duvidas se faria o curso superir de medicina, devido a influência de Profº Souza Campos, com quem conviveu em sua casa na época do vestibular. Souza Campos era um entusiasta da educação básica e dos cursos de física, química e matemática, numa época em que desembarcavam em São Paulo muitos cientistas oriundos da Europa, fugindo da perseguição nazista.

Apesar de ter considerado fazer seu curso superior em São Paulo, naquela época as condições de uma mudança de cidade como essa eram outras e o tempo foi passando. Roberto fez o vestibular de medicina.

Nessa época conviveu com muitos amigos de seu pai ocupados em especialidades cirúrgicas que quiseram muito o atrair para cirurgia, mas não era a sua vocação. Se encaminhou para a clínica médica. Dentre os cirurgiões amigos de seu pai Adriano Pondé era diferenciado. Já se preocupava com a alimentação de seus pacientes e por causa disso criou uma escola de nutrição na UFBA, onde ele, Roberto, começou a ensinar.

Refletindo sobre a época, conta que antes da primeira guerra a Europa e em particular a França é que influenciava as tendências e linhas de ensino da medicina no Brasil. Por conta da Guerra houve um lapso de tempo no qual ficamos meios perdidos sem essa influência. Após a guerra, quando o plano Marshall começou a dar seus primeiros frutos, os Estados Unidos se voltaram para a América Latina e passaram a ter maior presença na vida científica nacional.

Como parte desse projeto americano, em seu ultimo ano do curso de medicina passou por uma entrevista de intercâmbio promovida pela Fundação Kellog. Como conhecia um pouco de inglês, foi aceito para o programa e ainda dispensado do período preliminar de nivelamento da língua inglesa. Formou em 1949 e viajou para especializar-se em 1950. Roberto Santos afirma que só começou a situar-se em relação à língua inglesa depois de um ano de permanência nos EUA.

Passou os 8 primeiros meses em Nova Yorque, onde por seis meses trabalhou no Hospital Municipal ligado à universidade de Cornell. O período que viveu em Nova Yorque foi um tempo de deslumbramento. Para os 24 anos de idade que tinha, eram oportunidades grandiosas, tanto de conhecimento científico como de programa cultural. Foi transferido para uma pequena cidade do estado de Michigan, onde passou um ano e meio na condição de médico residente. Essa cidade tinha 40 mil habitantes, dos quais 20 mil eram estudantes. Quase não havia transporte coletivo, pois todos tinham automóvel particular. De lá, foi para Boston, que é a Meca mundial da pesquisa médica. Foi um momento extremamente importante para a sua formação.

Ao retornar a Salvador Roberto sentiu claramente a mudança da influência da cultura francesa para a orientação americana no âmbito da prática e ensino da medicina. Foi trabalhar no Hospital das Clinicas da UFBA que estava recém inaugurado e era atualizado e moderno. Foi montado um grupo de pesquisa que permanece atuando ate agora. Desse grupo foram se separando as especialidades. Profª Eliane aqui presente atua na área genética.

Relata que apesar da pesquisa, a formação médica porém não tinha se atualizado. Roberto dedicou-se então a atualização do ensino da medicina. Diz que antigamente o estudante começava a trabalhar numa especialidade a partir do segundo ano de medicina e desprezava o restante das matérias do currículo. Relata que introduziu uma reforma curricular no curso de medicina que foi acompanhada por outras universidades brasileiras que sentiam necessidades semelhantes. Em função dessa reforma foi criada a residência médica.

Continua a contar sua história dizendo que foi então nomeado reitor da UFBA o que exigiu dele a ampliação de seus horizontes na área da educação. O fato de seu pai ter sido reitor muito ajudou na tarefa e na ampliação da visão. Roberto Santos se dedicou à reforma do ensino superior.

O ensino superior era resultado do crescimento de escolas profissionalizantes dedicados a formação de grande quantidade de Recursos Humanos, sem estimular pesquisa, o que só era feito no exterior ou por raros cientistas que fizeram suas formações na Europa ou nos EUA.

A reforma da universidade inspirou-se no projeto que Anisio Teixeira, ilustre baiano, implantou na universidade de Brasília, com a implantação dos institutos de ensino das matérias básicas, como instituto de física, matemática e outros. Implantou-se também o regime de dedicação exclusiva para o corpo docente para então se ter pesquisadores e instituições de pesquisa. Naturalmente que uma mudança dessa envergadura sofreu grandes resistências. Conta que desde que seu pai era Reitor já sofria resistências apesar de ter estimulado em muito as artes, construído o Hospital das Clínicas e implantado a assistência ao estudante.

Por conta da reforma do ensino fez muitas viagens a Brasília onde conheceu muitos políticos. Isto resultou na sua indicação para Governador do Estado da Bahia. Novamente teve que ampliar seus horizontes para outros setores da sociedade. Relata que isto está registrado no seu livro, motivo pelo qual não detalhará neste evento. Priorizou a área educacional criando escolas de 2º grau em todo o Estado, com ensino prático voltado às necessidades locais. Estimulou a formação de professores que dessem ênfase às aulas práticas. Implantou na área de saúde o conceito de cuidado progressivo, onde o posto de saúde próximo ao local onde a pessoa mora inicia os cuidados; a segunda etapa é feita no hospital misto e a terceira no hospital geral que a Câmara resolveu dar o nome de Roberto Santos. Na área econômica concentrou esforços na infraestrutura requerida pelo polo petroquímico. Lembra como o petróleo tem influenciado o desenvolvimento da economia da Bahia desde a descoberta do óleo, passando pela implantação da RLAM. Fundou o Museu de Ciência e tecnologia como um marco da entrada do Estado na fase de industrialização com uso de alta tecnologia

Foi Ministro da Saúde no momento em que a Constituição de 1988 introduziu grande mudança na área de saúde. Depois que deixou o ministério representou o Brasil na Organização Mundial da Saúde - OMS.

De volta ao Brasil, Roberto Santos foi deputado federal. Conta que esteve 4 anos no Congresso Nacional onde teve uma experiência muito agradável porém que considera pouco produtiva. Comenta que tem um temperamento mais de executivo que de legislador.

Professor Roberto Santos diz que mais recentemente conseguiu afastar-se da vida pública, como ele queria desde que retornou ao Brasil. Fundou a academia de Ciência da Bahia e diz que ainda é resultado daquele ânimo que o levou a conduzir a reforma da universidade que o impulsiona.

Termina sua fala dizendo que esta dedicação à educação e cultura foram influência de seus pais e conta uma realização pouco conhecida, que foi sua formação em piano, entre os 9 e os 17 anos.

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