Ah, se eu soubesse! Foi a segunda edição especial de LUNCH-in que reuniu 3 pessoas que admiramos pelas respectivas atuações e impacto na sociedade.
Eduardo Atahyde, Thomas Buck e Ana Pires condensaram em 15 minutos (para cada um) de fala suas ricas experiências de vida.
O primeiro a falar foi Eduardo Athayde, pesquisador internacional do WWI - Worldwatch Institute, que iniciou sua fala informando que foi para o exterior muito cedo. Afirmou: "o que faço é ver o Brasil de fora para dentro".
Apresentou o conceito da AMAZÔNIA AZUL e Salvador como sua capital.
Destacou a importância da reunião de Paris, apartir da qual o foco do mundo passou a ser a ECO-NOMIA.
Eduardo lembra que em 2014 a ACB - Associação Comercial da Bahia, na gestão de Eduardo Morais de Castro, uniu-se à FIEB e à FECOMERCIO declarou a Baia de Todos os Santos como a sede da AMAZÔNIA AZUL.
Somos a maior baia do Brasil e Salvador é a capital da AMAZÔNIA AZUL.
Segundo Eduardo, não há mais dinheiro no mundo para aplicações fora da ECO-NOMIA.
Eduardo conclama o empresariado baiano e nordestino a assumir a dianteira e promover a "Capital da AMAZÔNIA AZUL" e revela que para o mundo, "o Forte de São Marcelo é o 'umbigo' do mundo". Lembra que se a ponte Salvador Itaparica for construída, ela precisará ser uma ponte - usina de energia.
Com tristeza revela que nós nem sequer sabemos o potencial energético da Baia de Todos os Santos e afirma: "Onde tem baia, tem negócio. Onde tem porto, tem negócios."
Athayde denuncia a necessidade de anunciar a Capital da AMAZÔNIA AZUL em todos os níveis e demonstra o valor que está disponível em nossas mãos. É a percepção de valor deste negócio que temos que vender para o mundo!
Eduardo cedeu a palavra a Thomas, que nos deu uma aula sobre inovação. Cotejou a velha economia contra a nova economia.
Buck enfatizou que a uma coisa é a ideia, outra sua execução. Com ênfase, afirmou que o que tem valor é a transformação da ideia em negócios.
Criatividade e inovação são coisas diferentes assim como preço é diferente de valor, afirma.
"Inovação é a criatividade emitindo nota fiscal".
O lado oposto da inovação é a mesmice.
Se o cliente não percebe o valor no produto, tudo vira commodity.
A magia da inovação é ver o consumidor pagar mais pelo valor que percebe e ficar feliz por isso.
Thomas mostra que existem vários tipos de inovação e declara seu interesse na inovação aberta. Para ele inovação aberta é rede de relacionamento, é cooperação é a oportunidade de fazer parcerias para gerar valor.
Isto contrasta com a inovação fechada produzida dentro de laboratórios de empresas.
Retomando o cotejamento entre a nova e a velha economia Thomas mostrou que a economia tradicional se baseia em inovação fechada, gerando poucos contratos de elevado valor. Por outro lado a nova economia tem por característica a inovação aberta gerando muitos contratos de pequeno valor.
Para Thomas, o desafio das corporações é transitar do modelo tradicional para o modelo da nova economia.
"Uma startup é muito mais do que uma ideia inovadora é aprender ouvindo o mercado e fazer coisas incríveis".
É preciso criar uma cultura empresarial onde seja aceito cometer erros e aprender com eles.
Enquanto a velha economia trabalha com contratos, a nova trabalha com "termos de uso".
Em função do grau de inovação, as startups tendem a se fundir indissoluvelmente com as empresas tradicionais. O fundo econômico internacional publicou relatório específico sobre a colaboração entre os dois tipos de empresas.
Thomas cita Jorge Paulo Lemman que se diz "um dinossauro apavorado, mas que luta para se reinventar" e destaca que são as cervejas artesanais que ameaçam o império das cervejas e finaliza sua fala dizendo "Inovação é um estado de espírito, é entender o momento e mudar o mindset".
Ana Pires começou sua apresentação falando que ajuda empresas a gerenciarem seus programas de inovação e destaca que para desenvolver inovação é preciso tratar bem as pessoas.
É preciso desenvolver a criatividade internamente, para depois dialogar com os players externos e fazer contratos grandes de forma bem sucedida.
Desenvolver uma cultura de inovação requer gestão.
Ana relata que desenvolveu junto à FIEB um programa de apoio às empresas e já conduziu pelo menos três empresas baianas ao prêmio nacional de inovação da CNI - SEBRAE, sendo que uma delas o ganhou em dois anos consecutivos.
Pires afirma, saber converter ideias em valor é o que faz a diferença. Relata na sequência que testemunha nas grandes empresas grande desperdício de talentos, desperdício de conhecimento. As pessoas são subutilizadas e o desperdício consome a possibilidade de inovação. Por outro lado as startups têm equipes enxutas, 3 a 5 pessoas e usam 100% de seus talentos.
Não basta ir ao Bonfim acender uma vela para ter inovação, afirma Ana. O desafio da gestão da inovação é gerar a conversão de ideias em valor e isto é feito com as pessoas. Não há inovação sem o engajamento das pessoas.
Em gestão da inovação o que faz diferença é a maneira como você se relaciona com o seu trabalho. Cabe a você ser parte da mudança. Convocar pessoas para criar o futuro muda o significado do seu trabalho. É diferente de executar rotinas "burrocráticas". Então Ana questiona: Qual é o percentual de seu tempo de trabalho útil gasto gerando valor? Qual o percentual de seu tempo de trabalho gasto em rotinas que não agregam valor?
Conclui: 'A rotina merece inovação!"
Ana Pires informa aos presentes que se mudou para o HUB Salvador e resume as atividades que desenvolve com o público interno do HUB para desenvolver colaboração. Colaboração no sentido de laborar juntos. Lembra que colaboração não acontece por acaso, é fruto de trabalho. E que as pessoas, sempre serão a sua base.
Afirma que se a escola desestimula a criatividade, pior do que as escolas, neste sentido, são as empresas, no que diz respeito a pensar o inusitado.
Ana afirma que se o objetivo da empresa é o lucro pelo lucro o risco de ir para o "beleléu" é grande. Destaca que o lucro é a consequência da entrega de valor!
As empresa estão cheias de conhecimento, mas para ter inovação é preciso criar espaço para que as ideias circulem. Não há nada melhor que a inteligência coletiva para sinalizar o caminho onde há mais probabilidade de sucesso.
"Acreditem no coletivo", afirma Ana.